Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil,
O Ministério da Saúde prorrogou até 30 de junho o prazo para que a população participe da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. Até o momento, a taxa de resposta é de 51,7%. A proposta é fornecer um diagnóstico de saúde bucal, permitindo recortes por estados, regiões, capitais e municípios, servindo como guia para ações no cenário pós-pandemia.
Resultados preliminares do levantamento indicam que muitos brasileiros precisam ir ao dentista com urgência. Entre idosos (65 a 74 anos), 44,9% necessitam de algum tipo de tratamento imediato, devido à dor ou infecção dentária de origem bucal. Na faixa de 35 a 44 anos, foi identificada a necessidade de realizar ao menos um procedimento odontológico eletivo em 48,4% dos adultos examinados.
Segundo o ministério, também chama a atenção a alta proporção do chamado componente cariado, que significa que a pessoa tinha ao menos uma cárie não tratada, no momento do exame.
“A suspensão dos atendimentos odontológicos durante os períodos mais críticos da pandemia é uma hipótese a ser estudada para entender esses achados. Diante dos números, é urgente para o Ministério da Saúde promover campanhas de conscientização e incentivos para que a população busque atendimento odontológico imediatamente. Quanto antes o problema for identificado, mais simples será o tratamento.”
Metodologia
A terceira edição da pesquisa havia sido planejada para começar em 2020, mas foi adiada devido à pandemia. Atualmente, o levantamento realiza entrevistas e exames bucais em 422 cidades, sendo 27 capitais e 395 municípios do interior. São examinados e entrevistados em seus domicílios crianças de 5 e de 12 anos, adolescentes de 15 a 19 anos, adultos de 35 a 44 anos e idosos de 65 a 74 anos, sorteados de forma aleatória.
Os profissionais responsáveis pelo levantamento de saúde bucal visitam as residências identificados com colete, sacola e crachá. Em caso de dúvida, os moradores podem entrar em contato com as secretarias municipais e confirmar os dados do profissional. Ao todo, 2.544 examinadores, anotadores e arroladores participam da pesquisa de forma direta, visitando a população e realizando levantamento de dados e exames bucais.